quinta-feira, 19 de maio de 2011

O escolhido de Deus que não podia amar


      “Há muitos homens e mulheres que sentem dentro de seu coração que querem servir a Deus, não só no seu tempo livre ou frequentando missas aos domingos, mas querem fazer isso como seu oficio no dia-a-dia.
      Por esse amor a Deus e a seu próximo vão para seminários e conventos, e desempenham com muita dignidade o seu trabalho, mas para algumas pessoas uma solidão ainda bate, e sentem falta de um companheiro para terem reconfortando seu corpo a noite. Alguém mais intimo que fique a seu lado, faça companhia, envelheça junto.
      A Igreja Católica proíbe seus padres e suas freiras de casarem, e muitos deles abandonam a igreja para constituírem família. Mas, largar esse oficio tão especial era realmente preciso?
      O celibato foi instituído na Idade Média como uma medida de ‘contenção de custos’, pois se os padres não tivessem família não precisariam de salário, casa, essas coisas que todo chefe de família precisa ter.
      Por conta de uma medida de redução de custos, se condena um abdicado ser humano a solidão! Celibato compulsório! Isto é justo?
      Vimos tantos pastores e lideres de outras religiões que são casados e desempenham um trabalho tão bonito. Terem família não interfere na qualidade de seu oficio.
      Por que então não liberar padres e feiras para casar? Por que a Igreja Católica não toma agora uma medida que valorize o ser humano e não a acumulação de dinheiro?
      Eu sou contra o celibato. Sou contra.”   

      Por que eu tenho que escolher entre casar ou servir a Deus? Por quê?
      Isso é lei dos homens não dogma do Criador.
      Proibir padre de casar, proibir.
      Condená-lo a viver sozinho, tendo que se conformar a noite só com os braços abertos de Cristo talhados em madeira, ou feitos em molde de metal presos em um crucifixo em cima da cabeceira de sua cama.
      - Eu a Ana nos amamos! E isso aconteceu naturalmente!
      Agora tudo o que eu quero é me casar com ela. Tê-la como minha esposa com a benção de Deus para nossa união.
      Quero chegar em casa a noite e encontra-la me esperando com o jantar pronto, como acontece com os outros homens.
      Com filhos me abraçando e chamando de pai, como acontece com os outros homens.
      Envelhecer em casa cheia de gente. Ter netos!
      Foi Deus mesmo quem disse para homem e mulher unirem-se! Formarem família. Multiplicarem-se!      
      Por isso digo:
      - Ana como minha esposa seria mais uma fiel e discreta serva de Deus, crente e humilde como sempre fora! De véu na cabeça na primeira fila enquanto eu celebrasse a missa, como sempre fora!
      Nada mudaria para os paroquianos, mas eu e Ana seríamos felizes!     
      - Vocês acham realmente que eu seria menos justo, que eu seria menos digno, se tivesse uma companheira ao meu lado?
      Vocês acham que ter uma esposa me esperando em casa, tornaria hipócritas minhas palavras?
      Ter uma família me esperando em casa, tornaria inválidos batizados, casamentos e missas por mim realizados?
      Não! Isso não aconteceria!
      Muito ao contrário.
      Eu rezaria missas de coração leve, sem mágoas ou arrependimentos. Seria o testemunho vivo de tudo o que prego.
      Realizaria casamentos dizendo aos noivos para torná-los eternos e felizes, assim como eu fazia com o meu!
      Batizaria os filhos pequenos dos casais os entregando para a salvação no Criador, como entreguei os meus filhos!
      Se Cristo disse que amar é a salvação, como pode então um amor assim como o meu e de Ana, tão inocente e puro, nos condenar ao tormento eterno?
      Pois com toda a fé que tenho em Deus vos digo:
      - Amor tão forte assim não pode ser pecado!

Kátia Pessoa – 14/09/2010

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