"Ah, tem filho que é chato demais! Acha que a mãe não é mulher e deve viver em função dele."
Tira essa roupa, mãe!
A saia é curta demais. E esse decote “profundo”? Você parece até uma
periguete. Uma mulher da vida.
Seu lugar é dentro de casa, mãe!
Tricotando. Cuidando da casa. Dos filhos. Dos netos. Fazendo bolinho de
chuva.
Sem essa de ir a baile, mãe!
Passando a noite fora. Dançando com desconhecido. Toda saidinha.
Ir em barzinho também não pode, mãe!
Ficar bebendo cerveja. Caipirinha. Conversando. Nem com as amigas. Muito
menos sozinha.
Pegar garotão também não, mãe!
Nem pensar em agarrar rapaz jovem. Da idade de meus amigos. Ou mais novo
do que eu. O que as pessoas vão falar?
Assim você desonra o meu pai, mãe!
Que viveu só para você. Não se divertia. Trabalhava e voltava para casa.
Pra ficar com os filhos pequenos.
Você é viúva, mãe!
Já faz muitos anos. Devia ter acalmado o “facho”. Apagado o fogo. Ter
virado uma “avó boazinha”.
Você é velha, mãe!
Pra fazer tatuagem. Viajar com as amigas. Pensar em casar de novo. Não pedir
autorização pra familia.
Você perdeu o senso do ridículo, mãe!
Não se comporta mais. Está rebelde. Respondona. Acha que pode fazer o
que quiser. Que é dona da própria vida.
Volta aqui, mãe!
Aonde você vai agora? Não me deixe só! Eu sou seu filho.
E apesar de adulto...
Ainda não sei me virar sozinho!
Kátia
Pessoa – 08/10/2012
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